Nossa equipe falara sobre a
maior tragédia da historia do País e a segunda maior tragédia no mundo. Essa
postagem conta toda a historia do césio
137 e as consequências que repercutem até hoje na vida das vitimas do acidente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPEVt_EwkigQloxVXvds3Fmocr2VGD3oK_PFIh6smsRj9GSGNWb3gSS2siSj8wzaIkLbpNznKQkad1RdWcz7wwi61fB9KAy_7IkLvlL5xCvEfjten-AC-0tEZ-ddsdD9LLdT6dCH-_5C69/s320/03_MVG_cesio%5B1%5D.jpg)
Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia. Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana. Sem saber de nada, os dois homens iniciavam o maior acidente radioativo em área urbana do mundo. Com o passar do tempo os dois sucateiros começaram a passar mal.
Cinco dias depois, foram até o ferro-velho de
Devair Ferreira e venderam a peça. Lá, dois funcionários conseguiram desmontar
a cápsula e deixaram os pedaços em uma prateleira. Quando à noite veio, Devair
percebeu um brilho azul que vinha da prateleira. Pegou uma parte da cápsula e
levou para dentro de casa para mostrar à esposa, Maria Gabriela.
A partir desse momento, a peça contendo o pó azul
que brilhava no escuro, que na verdade era, fragmentos do césio 137, passou a
circular entre os parentes e amigos que, impressionados com a novidade, não
tinham a menor idéia do perigo que aquele material representava Rapidamente
as pessoas que tiveram contato com o misterioso pó, começaram a apresentar
alguns sintomas como náuseas, tontura, vômitos e diarreias. Desconfiada a
esposa de Devair, Maria Gabriela, levou parte da cápsula até a sede da
Vigilância Sanitária. Foi solicitada a presença de um físico para verificar se
o material era radioativo.
No dia 29 de setembro, o físico nuclear Valter
Mendes foi até a rua 57, do Setor Aeroporto e constatou que havia fortes
índices de radiação na área. Imediatamente ele acionou a Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN) e às autoridades governamentais.
Infelizmente já era tarde demais. Ao abrir a
cápsula foi lançado no ambiente 19,26 g de cloreto de Césio 137 (CsCl), que por
ser higroscópio, absorve a umidade do ar e facilmente adere à roupa, pele e
utensílios, contaminando alimentos e o organismo.
Por isso, a radiação atingiu centenas de pessoas,
repercutindo no Brasil e no resto do mundo.
Curiosamente, um ano antes, uma explosão no reator da usina nuclear de
Chernobyl, na antiga União Soviética, gerou um vazamento que foi o maior
desastre nuclear da história, matando
milhares de pessoas e que chocou o mundo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCx2NQqRrDxItBXFIeIgwwtkvCGJg5ahyphenhyphenFvm5hCHEuhhLq9OrqrHMnw_oV6adJfrSgv54SSH2Z-AvrhGm6Jl8BMGtTRziP207jbO4Gf1szazGciy8BUMEVshZn80iMj_bEHhM2bxbIgVi5/s1600/c25c325a9sio137.jpg)
No início de outubro, os pacientes mais graves
foram transferidos para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.
Dentre eles estavam Devair, Maria
Gabriela e a menina que se tornou símbolo da tragédia, Leide, que na época
tinha seis anos. Ao ser apresentada ao pó brilhante, Leide espalhou césio por
todo o corpo e acabou ingerindo a substância.
Infelizmente, Maria Gabriela, Leide e os dois
empregados do ferro-velho morreram nos dias seguintes. Ivo, pai de Leide,
sofreria de depressão e morreria de efisema pulmonar tempos depois. Devair
tornou-se alcoólatra e morreria em 1994. Nos últimos 25 anos, cinquenta e nove
pessoas morreram por causa de doenças desenvolvidas pela contaminação. Existem
mais de 170 pedidos de indenização na justiça.
E por falar em justiça, os responsáveis pela
clínica foram julgados em 1992 e condenados a três anos de prisão em regime
semi-aberto. Segundo o extinto Programa Linha Direta, da TV Globo, exibido em
2007, um decreto presidencial anistiou os condenados, libertando-os.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5w3G1lSdq-5nr-tHAlyRbSomd2JueJe7qgVziPIcA258yekNZSyVcQEqxDSlTnCbsrg0L-L6E-ZTmY_Jvc-WeFCRNyIJkBwltOmuuLGjNhfnwD9hGn9j3OWmYjAzBwkWx8XSXIXHhcmeF/s1600/11-300x182.jpg)
O tempo não foi um
aliado das vítimas do césio 137. Após 25 anos do maior acidente radioativo do
Brasil, as pessoas que tiveram contato direto ou indireto com a cápsula
contaminada ainda sofrem. Vivem marcadas pela expectativa sempre presente de
desenvolver doenças decorrentes à exposição ou pelo estigma perante à
sociedade, nunca superado.
Ainda hoje, o episódio se
faz presente na vida dos acidentados e na memória da cidade. Vinte e cinco anos
depois, as vítimas reivindicam assistência médica adequada, ressarcimento
financeiro e pesquisa científica sobre as consequências da radiação a longo prazo.
Fontes:
http://www.unificado.com.br/calendario/09/cesio.htm
Muito bom!
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