“Essa guerra é a continuação
da outra”. Essa frase, dita por Churchil, definiu os motivos da 2ª guerra, e
deixou clara a fragilidade das relações entre as potências vencedoras e os
perdedores da guerra. As exigências abusivas da França e da Inglaterra pesavam
desesperadamente o povo alemão. Os italianos sofreram perdas e não tiveram seus
interesses atendidos, o que revoltou tanto o povo quanto as classes abastadas.
Na Ásia, o Japão despontava como potência imperialista, e anos antes já tinha
provado sua capacidade de guerra ao derrotar a Rússia, querendo expandir seus
domínios no pacífico. A Áustria foi impedida de se unir a Alemanha. O império
otomano esfarelou-se. A república de Weimar não foi capaz de assegurar uma vida
minimamente digna a população, mesmo antes da crise de 1929. Os EUA, como país
mais poderoso e industrializado da América, mantinha controle apenas sobre o
“quintal” latino-americano, e não interferia em assuntos europeus.
Nós, acostumados a entender
a segunda guerra como uma luta entre o bem e o mal, nos surpreendemos ao ver
que existem interesses mais, digamos, egoístas, além da sempre proclamada
defesa da democracia. Os grandes industriais alemães, se fossem vencedores da
guerra, monopolizariam juntamente com a Itália e Japão, toda a produção
industrial mundial, o que entraria em choque com os interesses americanos.
Hitler se aproveitava da antiga rivalidade entre França e Inglaterra para
manter acordos com os dois, e a União Soviética, ameaça mundial ou divino direito
a propriedade e a exploração, assustava todos os governos e todas as elites.
Hoje pensar no holocausto
nos traz uma infinita sensação de tristeza e indignação, e vemos os nazistas da
época como monstros abomináveis. Poucas pessoas sabem, no entanto, que essa
filosofia racista que já existia a séculos, foi desenvolvida nos EUA, entre os
fins do século XIX e inicio de século XX. Encarada por muitos como uma “ciência
higienista, com fins de limpar da humanidade as raças inferiores, e desenvolver
uma sociedade sem defeitos nem vícios, desenvolvendo geneticamente todas as
qualidades humanas possíveis”. Ou seja,
esse preconceito abominável com certeza não existiu (e existe) só na Alemanha.
O papel das mulheres, dos
jovens, dos idosos, de todas as parcelas da população que são excluídas, de
repente, se tornam extremamente necessária nos esforços de guerra. Desde a
primeira guerra mundial que eles são convocados a trabalhar na produção de
armamentos, de alimentos, roupas, equipamentos, toda uma indústria bélica que
sustenta a guerra e enche os cofres dos poderosos. Quando a primeira guerra
acaba, todas essas pessoas que contribuíram para a vitória (mesmo aqueles dos
países derrotados) voltam para casa e não recebem os louros a que tem direito.
20 anos depois, todos aqueles que participaram de forma direta ou indireta da
primeira guerra e que ainda estão vivos, são convocados a derramar suor sangue
e lágrimas para lutar novamente. Mais uma vez famílias se separam, vidas se
perdem, nascem filhos órfãos, jovens se prostituem em troca de migalhas com as
quais se alimentar. Mais uma vez o medo toma conta de corações e mentes, e o
heroísmo dos anônimos vai trucidar o inimigo.
Hitler e Mussolini,
personagens principais da guerra, arrastam consigo milhões para o abismo do
caos. Palavras bonitas em defesa da superioridade germânica e romana, jogando
para os outros a responsabilidade dos fracassos nacionais. Sejam judeus,
ciganos, homossexuais ou comunistas, todos que não estejam nos padrões
característicos da superioridade são responsáveis pelos defeitos expugnáveis da
nação. Tomando o poder devido a força bruta, ameaças caladas e manipulação,os
ditadores intensificam as crises em nome de ideologias esdrúxulas, recorrem a
intensa propaganda para alienar o povo. O primeiro, figura apagada na politica
alemã, só recebe alguma atenção depois do golpe frustrado de Munique, preso,
durante os anos na prisão escreve MeinKampf (minha luta) onde aborda todos os
ideais de vida, politica, economia e “filosofia”. Galgando posições importantes
dentro do pequeno partido nazista e utilizando-se de sua oratória teatral,
Hitler, por sorte, azar ou acaso conseguiu se tornar chanceler alemão e depois
da morte do presidente, líder supremo da nação alemã, dando inicio ao terceiro
Reich. O segundo era comunista, mas foi expulso do partido socialista italiano.
A ascensão meteórica de Mussolini foi consequência de vários fatores. A crise
gerada pela guerra, as enormes perdas financeiras e humanas, a inflação e o
desemprego, levaram à agitação política revolucionária das esquerdas. O governo
parlamentar, não chegava a nenhum acordo, gerando impopularidade. Aproveitando
a situação caótica, Mussolini tomou o poder e se tornou o ditador.
Confira o vídeo que produzimos sobre a Segunda Guerra Mundial e as consequências das aplicações sobre os conhecimentos científicos sobre Radioatividade.
Confira o vídeo que produzimos sobre a Segunda Guerra Mundial e as consequências das aplicações sobre os conhecimentos científicos sobre Radioatividade.
Excelente. Acho, inclusive, que vcs podem publicar esse texto numa revista. Está bem escrito, as ideias estão bem organizadas. Porém, no que se refere à bomba atômica, à radiação, à tensão que se estabeleceu no período da guerra fria, não encontrei nada disto no texto de vcs. Deve estar no vídeo. Porém, não consegui assisti-lo.
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