Nossa equipe falara sobre a
maior tragédia da historia do País e a segunda maior tragédia no mundo. Essa
postagem conta toda a historia do césio
137 e as consequências que repercutem até hoje na vida das vitimas do acidente.
O acidente radioativo mais
grave do país de que se tem conhecimento, o vazamento do material radioativo césio 137, em Goiânia, completou 25
anos em setembro do ano passado.
Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia. Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana. Sem saber de nada, os dois homens iniciavam o maior acidente radioativo em área urbana do mundo. Com o passar do tempo os dois sucateiros começaram a passar mal.
Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia. Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana. Sem saber de nada, os dois homens iniciavam o maior acidente radioativo em área urbana do mundo. Com o passar do tempo os dois sucateiros começaram a passar mal.
Cinco dias depois, foram até o ferro-velho de
Devair Ferreira e venderam a peça. Lá, dois funcionários conseguiram desmontar
a cápsula e deixaram os pedaços em uma prateleira. Quando à noite veio, Devair
percebeu um brilho azul que vinha da prateleira. Pegou uma parte da cápsula e
levou para dentro de casa para mostrar à esposa, Maria Gabriela.
A partir desse momento, a peça contendo o pó azul
que brilhava no escuro, que na verdade era, fragmentos do césio 137, passou a
circular entre os parentes e amigos que, impressionados com a novidade, não
tinham a menor idéia do perigo que aquele material representava Rapidamente
as pessoas que tiveram contato com o misterioso pó, começaram a apresentar
alguns sintomas como náuseas, tontura, vômitos e diarreias. Desconfiada a
esposa de Devair, Maria Gabriela, levou parte da cápsula até a sede da
Vigilância Sanitária. Foi solicitada a presença de um físico para verificar se
o material era radioativo.
No dia 29 de setembro, o físico nuclear Valter
Mendes foi até a rua 57, do Setor Aeroporto e constatou que havia fortes
índices de radiação na área. Imediatamente ele acionou a Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN) e às autoridades governamentais.
Infelizmente já era tarde demais. Ao abrir a
cápsula foi lançado no ambiente 19,26 g de cloreto de Césio 137 (CsCl), que por
ser higroscópio, absorve a umidade do ar e facilmente adere à roupa, pele e
utensílios, contaminando alimentos e o organismo.
Por isso, a radiação atingiu centenas de pessoas,
repercutindo no Brasil e no resto do mundo.
Curiosamente, um ano antes, uma explosão no reator da usina nuclear de
Chernobyl, na antiga União Soviética, gerou um vazamento que foi o maior
desastre nuclear da história, matando
milhares de pessoas e que chocou o mundo.
Ao ser notificada do acontecido, a CNEN determinou
que a população fosse examinada. Foi montada uma operação de emergência no
Estádio Olímpico que se tornou um centro de triagem. Constatou-se que mais de
112 mil pessoas foram expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação
corporal externa revertida a tempo. 129 apresentam contaminação corporal
interna e externa, sendo medicadas. Quarenta e nove pessoas foram internadas,
sendo que 21 sofreram tratamento intensivo.
No início de outubro, os pacientes mais graves
foram transferidos para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro.
Dentre eles estavam Devair, Maria
Gabriela e a menina que se tornou símbolo da tragédia, Leide, que na época
tinha seis anos. Ao ser apresentada ao pó brilhante, Leide espalhou césio por
todo o corpo e acabou ingerindo a substância.
Infelizmente, Maria Gabriela, Leide e os dois
empregados do ferro-velho morreram nos dias seguintes. Ivo, pai de Leide,
sofreria de depressão e morreria de efisema pulmonar tempos depois. Devair
tornou-se alcoólatra e morreria em 1994. Nos últimos 25 anos, cinquenta e nove
pessoas morreram por causa de doenças desenvolvidas pela contaminação. Existem
mais de 170 pedidos de indenização na justiça.
E por falar em justiça, os responsáveis pela
clínica foram julgados em 1992 e condenados a três anos de prisão em regime
semi-aberto. Segundo o extinto Programa Linha Direta, da TV Globo, exibido em
2007, um decreto presidencial anistiou os condenados, libertando-os.
Os trabalhos de
descontaminação dos locais afetados produziram 13,4 toneladas de lixo
radioativo. O material encontra-se enterrado em uma área na cidade de Abadia de
Goiás, perto de Goiânia, devendo ficar enterrado por lá pelos próximos 180
anos.
O tempo não foi um
aliado das vítimas do césio 137. Após 25 anos do maior acidente radioativo do
Brasil, as pessoas que tiveram contato direto ou indireto com a cápsula
contaminada ainda sofrem. Vivem marcadas pela expectativa sempre presente de
desenvolver doenças decorrentes à exposição ou pelo estigma perante à
sociedade, nunca superado.
Ainda hoje, o episódio se
faz presente na vida dos acidentados e na memória da cidade. Vinte e cinco anos
depois, as vítimas reivindicam assistência médica adequada, ressarcimento
financeiro e pesquisa científica sobre as consequências da radiação a longo prazo.
Fontes:
http://www.unificado.com.br/calendario/09/cesio.htm
Muito bom!
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